Royal Enfield Classic 350
Foto: Jorge Massarolo

Por Jorge Massarolo

Diversão pura. É como resumo minha experiência com a recém-lançada Royal Enfield Classic 350*. Como o nome sugere, ela é uma celebração do legado retrô clássico da marca. Mas, é mais que isso. A Royal Enfield inova ao lançar no mercado nacional uma moto custom de 350 cilindradas com estilo único e preço compatível com motos de menor cilindrada. É o que os executivos da marca chamam de democratização ao acesso às motos de média cilindrada.


A moto de entrada da fabricante anglo-indiana combina preço, motor de média cilindrada, conforto e um estilo que agrada aos olhos. E essa combinação vem fazendo grande sucesso. Para reforçar o apreço no mercado, a Royal Enfield lançou o pacote de revisão a preços fixos, que incluem checagem, troca de peças previstas e mão de obra. Em três anos ou 30 mil km, o proprietário sabe que vai gastar R$ 2.728,98 com as 7 revisões. 

O modelo representa um novo capítulo da Royal Enfield de construir motocicletas britânicas autênticas do pós-guerra. O legado da Classic remonta à 1950 com a Royal Enfield Modelo G2, a primeira a ter suspensão traseira com amortecedores de tubo duplo, curso ajustável em 80 mm com 5 ajustes e braço oscilante.

Royal Enfield Classic 350
Royal Enfield Classic 350 na estrada: bom desempenho e estilo (Foto: Jorge Massarolo)

Inspiração de estilo

A G2 serviu como inspiração de design para as populares Classic 500 e Classic 350, lançadas em 2008. Desde então, ela é considerada a motocicleta que redefiniu o espaço do motociclismo de média cilindrada e gerou o renascimento da Royal Enfield. Após 12 anos e mais de três milhões de motocicletas produzidas, a Classic construiu um legado próprio e a nova Classic 350 veio para levar esse legado ainda mais longe.

E foi com esse objetivo que a marca lançou em setembro a nova Classic 350 no Brasil, a moto mais barata da marca, mas com um estilo inconfundível e que vem conquistando fãs e um bom espaço no mercado.

Rodei por alguns dias com a Classic da série Halcyon e a experiência foi excelente. A moto é bonita, charmosa e essa opinião não é só minha, mas de muitos curiosos que vieram puxar conversa. Dá pra dizer que a fabricante caprichou nos detalhes da máquina retrô, a começar pela cor verde metálica do tanque (com capacidade para 13 litros de gasolina) em forma de lágrima e o banco na cor marrom. 

Modo ECO

O painel segue a linha retrô da motocicleta. Redondo, com marcador de velocidade e conta-giros analógico. Uma pequena tela em LCD abriga marcador de combustível, odômetro total e parcial e relógio. E se você estiver rodando de modo maneiro, vai aparecer o aviso ECO no painel, indicando que está gastando pouco combustível. Ainda no painel é possível instalar o navegador da RE, o Tripper. 

Royal Enfield Classic 350
Painel, tanque e banco touring da Classic 350: conjunto charmoso (Foto: Jorge Massarolo)

O painel está praticamente montado sobre o farol redondo, com sua carismática aba de “boné” e duas “lâmpadas de tigre” (luzes piloto), um recurso nas motocicletas Royal Enfield desde 1954. Elas ficam sempre ligadas. Todas as lâmpadas são halógenas e garantem boa iluminação. Um ponto de carregamento USB está montado abaixo do guidão.

Seria interessante se fossem acrescentados ao painel um indicador de marchas e um aviso sonoro de que a luz indicadora de direção está ligada. É fácil esquecer o pisca ligado, mesmo tendo o alerta visual no painel.

Belo ronco

O escapamento reto e todo cromado reforça o visual retrô. Atenção para o belo ronco que sai desse longo escapamento com ponteira estilo “garrafinha”. Poderoso e estimulante, que leva a acelerar. 

E de onde vem esse ronco? A Classic é equipada com o moderno motor monocilíndrico de 349 cilindradas, refrigerado a óleo e ar, lançado recentemente na irmã Meteor. Ele gera uma potência de 20,2 cv a 6.100 rpm e um torque de 27 Nm a 4.000 rpm, resultando em uma entrega suave de potência linear, tornando todo e qualquer passeio ou viajem agradável e fácil.

Royal Enfield Classic 350
Banco em forma gota e marca em alto relevo (Foto: Jorge Massarolo)

Posso afirmar que a clássica tem uma boa arrancada, anda super bem em meio ao trânsito caótico, mas não exija alta performance na estrada. Sua velocidade cruzeiro gira em torno de 100 a 110km/h. Vai a 120km/h se você forçar no acelerador, mas não é esse o objetivo dela. É para você curtir a estrada sem pressa e de forma confortável. É a filosofia do motopurismo da Royal Enfield. 

Consumo e speed

Percorri o caminho cheio de curvas, subidas, descidas, lombadas e estrada de terra entre o distrito de Joaquim Egídio, em Campinas, passando por Morungaba, até o Haras Tuiti. Ela foi perfeita nas curvas e firme na esburacada estrada de terra. Com câmbio de cinco marchas, o motor exigiu poucas trocas. Voltando pela rodovia D. Pedro I senti que seria bom ter uma sexta marcha para aliviar o motor, porém, nas subidas, ela pede redução de marcha. E nesse passeio ela fez a boa média de 33km/l.

O chassi, totalmente novo, foi construído para oferecer conforto e manobrabilidade. Projetado para ser mais rígido, ele gera mais confiança em velocidades de curva mais altas e passa a sensação de firmeza e estabilidade em estradas retas. As suspensões dianteira e traseira garantem segurança e conforto para o piloto, aliadas à posição de pilotagem, que foi sutilmente ajustada para melhorar a ergonomia.

O conforto é complementado pelos assentos bipartidos estilo touring, mais largos e macios. O assento do garupa pode ser retirado, deixando à mostra o para-lama que cobre toda a parte superior da roda, bem ao estilo retrô. Nele fica acoplada a placa e a lanterna traseira.

Royal Enfield Classic 350 (Foto: Divugação)
Royal Enfield Classic 350 Red Chrome, a top de linha (Foto: Divulgação)

Outra boa surpresa que a moto de entrada da Royal Enfield traz, são os eficientes freios a disco na dianteira (300 mm de diâmetro) e na traseira (270 mm), com ABS de canal duplo, que seguram a moto com precisão e segurança.

Conclusão

Se você quiser uma moto diferente, que carrega a lenda do clássico moderno, com um design autêntico e atemporal, a Classic é a pegada certa. É uma moto charmosa, bonita de se ver e melhor ainda, de pilotar. Além disso, seu preço bate com muitas motos de menor cilindrada que estão no mercado e não contam com esse estilo arrojado e diferenciado e nem oferecem recursos como freios ABS nas duas rodas, entre outros atributos. E mais, é uma totalmente customizável, são 39 opções originais de acessórios para deixá-la a seu gosto.

Royal Enfield Classic 350 (Foto: Divulgação)
Modelos da Royal Enfield Classic 350 (Foto: Divulgação)

A Classic avaliada é da série Halcyon Green, cujo preço começa em R$ 19.190,00 no site da marca, mas que varia devido ao frete. Além da Halcyon existem mais outras três variantes do mesmo modelo – Classic Chrome, Classic Dark e Classic Signals -, contando com 9 cores diferentes no total. Ou seja, são motos para todos os estilos e gostos, e para decidir qual entre elas, só fazendo um test ride na concessionária Royal Enfield, em Campinas, situada na Avenida Barão de Itapura, 1996.

*A Royal Enfield Classic 350 da série Halcyon Green, avaliada no test ride, foi cedida pela Royal Enfield, por meio de sua assessoria de imprensa

Royal Enfield Classic 350 esbanja charme e estilo 1
Royal Enfield Classic 350 série Halcyon Green (Foto: Divulgação)

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