NK 150: design típico das motos trail, com forte semelhança das concorrentes (Foto: Jorge Massarolo)

Por Jorge Massarolo

A Suzuki Haojue deu uma missão difícil para a trail NK 150: disputar mercado com as já consagradas Honda Bros 160 e a Yamaha Crosser 150. Uma tarefa complicada, já que seu preço público sugerido de R$ 17.597 (mais o frete), está no mesmo patamar das concorrentes – R$ 17.100 da Bros e R$ 18.790,00 da Crosser, as duas também sem o frete incluso – mas sem oferecer os mesmos recursos. Para alavancar as vendas, a marca oferece um desconto de R$ 1 mil e emplacamento gratuito até 15 de novembro.

Fui conferir a pequena trail na concessionária Burt Motos, em Campinas, e a primeira impressão foi boa. A NK 150 é bonita de se ver. Nas cores vermelhas e preta ela tem um design típico das motos trail, o que a torna parecida com suas concorrentes, e por isso mesmo chama a atenção.


NK 150

O para-lama dianteiro, com o bico mais elevado, dá um visual agressivo e, segundo a fabricante, oferece melhor aerodinâmica e evita que o farol seja atingido por areia, pedriscos e lama. Ótimo para quem gosta de brincar na terra.

O design robusto é reforçado pelas carenagens acopladas ao tanque de combustível. Já o tanque é estreito, permitindo um bom encaixe das pernas, e comporta 12,2 litros de gasolina, apenas gasolina. Um certo atraso em relação às concorrentes, cujos motores aceitam etanol.

A posição de pilotagem é boa devido ao posicionamento do assento, do guidão largo, e das pedaleiras. O assento, em dois níveis, tem uma
considerável camada de espuma, garantindo conforto. O painel em LCD é digital com múltiplas funções, como hodômetro total e parcial, indicador de marcha, nível de combustível, relógio e alerta de voltagem de bateria. Ainda no guidão, tem uma prática entrada USB, para deixar o celular sempre carregado.

Outro detalhe interessante é o aviso sonoro de que o pisca-pisca está ligado. Bem útil, pois quase sempre a gente esquece ligado. Destaque também para o indicador de marcha e para os retrovisores, que oferecem boa visibilidade.


Destaque no painel para o indicador de voltagem da bateria, indicador de marcha e relógio,
 entre outras funções (Foto: Divulgação)


O farol, equipado com lâmpada convencional (as setas também) não é automático, por isso, tem que lembrar de ligar. Já o bagageiro vem com furos para instalação do baú traseiro, e conta com seis ganchos para prender bagagem.

Motor
De acordo com o diretor do departamento de engenharia da JTZ Motors, Carlos Zolin, o propulsor da trail foi desenvolvido a partir do projeto do motor da DK160, mas em uma versão de 150 cm³, que rende 12 cv a 8.000 rpm e torque de 1,24 kgf.m a 6.000 rpm. Com refrigeração a ar, conta com injeção eletrônica e uma tecnologia de ressonância que permite alto desempenho em baixas e médias velocidades.

Fui dar uma esticada com ela na estrada, mas ao chegar aos 100km/h o ponteiro do conta-giros também chegou junto na faixa vermelha dos 8000 RPMs. Instintivamente, procurei a sexta marcha para aliviar o motor, mas esqueci que ela só tem cinco, assim como as concorrentes. É bom considerar que o motor está com apenas 600km, ainda amaciando, por isso também, a média de consumo durante o test ride ficou em 35km/l.

Cheguei a pensar que o freio da NK 150 seria ruim, devido ao velho tambor que habita a roda traseira, enquanto na dianteira é a disco com
ABS. Ele deu uma boa resposta, mas é claro que usar tambor dá uma baixada na moral da moto.

A suspensão aguenta bem os buracos nas estradas de terra ou asfalto. Na frente, bengalas com 180mm e na traseira um amortecedor único. A moto é calçada por rodas raiadas dianteira de 19 polegadas e traseira de 17 polegadas e pneus Pirelli MT-60, que garantem uma boa pegada, mas que geram um certo ruído no asfalto.

Entrada USB no guidão para deixar o celular sempre carregado (Foto: Divulgação)

Para quem busca uma moto bonita, ágil e econômica para uso na cidade e no campo, a NK 150 é ideal. Oferece o básico, com algumas novidades, é leve, com bom esterço, e anda fácil entre os carros sem exigir esforço do piloto. Uma moto para o corre-corre do dia a dia. No entanto, se for comparar preço e recursos embarcados com as concorrentes, ela deixa a desejar. Pesa também o fato de ainda não ser conhecida no mercado e não ter, por exemplo, motor bicombustível e freio traseiro a disco. Mas nada melhor do que ir até a concessionária Burt Motos, em Campinas, fazer um test ride e tirar suas dúvidas.


Ficha Técnica
 Cilindrada:149
 Tipo de Motor:1 cilindro, OHC, arrefecido a ar
 Arrefecimento: A ar
 Combustível: Gasolina
 Potência Máxima:12 cv (8.000 rpm)
 Torque Máximo:1,24 kgf.m (6.000 rpm)
 Transmissão: Por corrente
 Injeção: eletrônica
 Suspensão dianteira: Garfo telescópico / 180 mm
 Partida: Elétrica
 Ajuste da suspensão dianteira: Não
 Chassi: Berço semi-duplo em tubos de aço
 Suspensão traseira: Monoamortecida / 148 mm
 Peso (seco):139
 Peso em movimento:139 (MVOM)
 Comprimento: 2070
 Largura: 825
 Altura: 1165
 Altura do Banco: 837
 Distância entre Eixos:
 Pneu Dianteiro: 90/90 – 19
 Pneu Traseiro: 110/90 – 17
 Capacidade do tanque:12 l

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