A Triumph acaba de lançar no Brasil a nova Thruxton R. O modelo foi apresentado à imprensa mundial em outubro do ano passado, em Londres, e agora está à disposição dos brasileiros por R$ 55,5 mil nas concessionárias da marca. A Thruxton faz parte do projeto da nova linha Bonneville, que levou quatro anos para ser concluído. O resultado é a uma geração com cinco novas máquinas (Street Twin, Bonneville T120, Bonneville T120 Black, Thruxton e Thruxton R), todas elas com motores totalmente reformulados.
De todos os novos membros da família Bonneville, a Thruxton se destaca por ter um nome cada vez mais lendário ao redor do mundo. Já nas décadas de 1960 e 70, ela era sinônimo do sucesso da Triumph em competições, especialmente no Tourist Trophy da Ilha de Man, e inspirou toda uma geração de jovens adeptos do estilo café racer e especialistas em customização.
A nova Thruxton devolve ao segmento café racer as raízes de seu legado de desempenho, com toda a potência entregue pelo motor de 1.200 cilindradas. A versão anterior tinha 900 cc. Com dois cilindros paralelos de alta potência e refrigeração líquida, tem seis velocidades e vem equipada com um virabrequim mais leve, alta compressão e uma câmara de ar exclusiva, gerando 112 Nm (a 4.950 rpm), 62% acima da geração anterior. Sua potência máxima é de 97cv a 6.750rpm
Com estilo bonito, e alto nível de detalhamento e acabamento, o novo motor, o escapamento e os corpos do acelerador incorporam traços das Thruxton de corrida originais com o que há de mais moderno em tecnologia para motocicletas. Entre eles estão freios ABS, controle de tração, embreagem deslizante assistida, lanterna e faróis em LED, entrada USB, imobilizador do motor e o acelerador eletrônico (ride-by-wire), que permitiu a inclusão de três modos de pilotagem: estrada, chuva e esportiva. O modo esportivo, obviamente mais agressivo, responde imediatamente ao acelerador e exige cuidado do piloto para manter a roda dianteira no chão.
O painel é formado por velocímetro e tacômetro analógico, indicador de posição de marcha, medidor de combustível, autonomia, indicador de manutenção, relógio, computador de bordo, botão “scroll” e botões de modos de pilotagem no guidão, status de aquecimento das manoplas, consumo de combustível, mostrador de status do controle de tração e exibição do mapa do acelerador.
Para
segurar este bólido, a Triumph equipou a Thruxton R com discos
duplos dianteiros Brembo de 310 milímetros e disco único de 220 mm
com pinça Nissin na traseira. A suspensão é formada por grandes
garfos de pistão invertidos Showa na frente e monoshock Ohlins
ajustável na traseira. Os pneus são Pirelli Diablo Rosso Corsa. O
par de escapamentos duplos, tipo megafone reverso em aço inoxidável
escovado, deixa sair um ronco forte, que convida o piloto a acelerar
mais. Som que combina com sua presença poderosa e seu desempenho.
A ergonomia esportiva, suspensão totalmente ajustável e uma roda dianteira de 17 polegadas permitem boa manobrabilidade e agilidade. O modelo está disponível em duas cores: Diablo Red e Silver Ice e pode ser “estilizada” com mais de 160 acessórios.
Isso abrange uma garagem cheia de peças customizadas, incluindo carenagem do cockpit esculpida, escapamentos Vance & Hines, conjuntos removíveis do para-lama traseiro e guidão baixo clipon. Além disso, também foram criados kits especiais para servir como ponto de partida para os clientes criarem sua própria customização.
Primeiras
impressões
Pilotar uma autêntica café racer é o que se pode chamar de privilégio. Primeiro, pela tradição que ela carrega. Segundo, por ser uma máquina bonita, estilosa e de grande potência. Suas 1.200 cilindradas jogam alto torque sobre a roda traseira, o que lhe confere uma arrancada poderosa e exige habilidade do piloto para evitar que roda empine.
A Thruxton testada pelo Correio, na cor vermelha, com detalhes em aço escovado, é uma café racer pronta de fábrica, mas que pode ser customizada ao gosto do piloto. Elegante nos mínimos detalhes, ela chama a atenção por onde passa pelo seu estilo retro esportivo. A Thruxton abriga detalhes de alta qualidade como capa para o assento, garfo superior polido, friso do tanque em alumínio e braço oscilante em alumínio anodizado claro. Detalhe para o guidão baixo, típico das café racer.
A posição de pilotagem é esportiva, com pedaleiras mais recuadas, que deixam as pernas encolhidas e os braços tencionados para frente. É uma posição cansativa para longas viagens, mas boa para “rolês”. Seus 97 cavalos parecem pouco, mas é engano. Ela tem grande torque, é rápida como uma bala e mesmo assim seu consumo ficou na média de 18km/l. O tanque tem capacidade para 14,5 litros. A esportividade Thruxton R é realçada pelos retrovisores na ponta do guidão, que mesmo pequenos, oferecem boa visibilidade.
A suspensão absorve bem as irregularidades de nossas ruas, sem passar desconforto ao piloto. E nada de garupa. A verdadeira café racer não tem garupa. Apesar de ter uma boa ciclística, seu peso parece estar concentrado na roda dianteira, o que exige força para pequenas manobras. Sem dúvidas, é uma máquina com estilo, personalidade, motor potente e que permite uma variada customização, exatamente como manda a história da café racer.
Conceito
café racer
O conceito café racer nasceu na década de 1960, com motociclistas rebeldes que queriam uma moto rápida e personalizada para disputas entre cafés - lanchonetes de beira de estrada - ao longo das rodovias britânicas. O objetivo era voltar para o café antes de uma música na jukebox ter terminado. Fãs de rock, se vestiam com casacos de couro e tinham motos preparadas para velocidades acima de 160 km/h. As máquinas tinham que ser leves, guidão curto, e não primavam pelo conforto. Entre as marcas preferidas estavam a Triumph, BSA e Norton. O apelido foi dado por caminhoneiros, que zombavam dos pilotos dizendo que eles não seriam verdadeiros pilotos de corridas, mas corredores de café (café racers).
Texto: Jorge Massarolo
Fotos: Verônica Cardoso e divulgação
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