Marca italiana quer conquistar e fidelizar público jovem |
Scrambler Icon chama a atenção pela aparência retrô revigorada e tecnologia embarcada |
Por Jorge Massarolo
Para quem procura uma motocicleta que faça diferença, a Ducati Scrambler Icon é a receita. Versão de entrada da família Scrambler, a Icon chama a atenção pela aparência retrô revigorada e, ao mesmo tempo, pela tecnologia embarcada. Seu desenho remete à antiga Ducati, fabricada nas décadas de 60 e 70, que a tornaram uma lenda dentro da marca. Para os mais puristas, ela é a essência do motociclismo: duas rodas, guiadão largo, um motor simples e potente, pneus para todo terreno e muita diversão.
Está lá, escrito na tampa de alumínio do tanque “Born in 1962” (nascida em 1962), para ninguém esquecer sua origem. É com esta máquina de estilo diferenciado que a Ducati busca conquistar um público jovem, que acabe fidelizando à marca. E para isso o preço também ajuda. A Icon é a mais barata. Nas versões seguintes da Scrambler, que se diferenciam em detalhes – Urban Enduro, Full Throtle e Classic – os preços vão subindo.
Mas, o que é uma moto Scrambler? O nome surgiu na década de 50 para designar as motos de asfalto adaptadas para corridas do tipo enduro, com pneu para terra, escapamento alto e guidão largo, com a barra que evitava que ele entortasse nas quedas. Até esta época não se faziam motos com uma função específica. Era o sujeito que adaptava ao seu gosto. Assim surgiu o estilo Scrambler.
A Icon é isso. Uma motocicleta despojada, sem mimos, apenas com o necessário para uma pilotagem confortável e segura. Apesar de o seu motor com 803 centímetros cúbicos de cilindrada, que geram 75cv a 8.250 rpm, ela não tem controle de tração ou modos de pilotagem. Seu rendimento beira o bruto, com muita força desde as arrancadas e nas retomadas. Ela é arisca, pedindo uma mão direita suave no acelerador, pois além de tudo é leve, pesa 170 quilos. Acelerou demais, ela sai empinando. Além, disso, o motor Ducati Desmodrômico, com dois cilindros em L, derivado da Monster 796, recebeu novo cabeçote, que entrega mais força em baixas e médias rotações. Refrigerado a ar, tem o auxílio de um radiador de óleo vertical, injeção eletrônica e câmbio de seis marchas. Ele vibra pouco e roda em baixa rotação sem reclamar. Em rotações mais altas, as acelerações são fortes e lineares, com os 75 cv surgindo a 8.250 rpm. O inconveniente fica por conta do calor que joga nas pernas, mas isso é o de menos.
Conforme se espera de uma Scrambler, minimalismo e carência de excessos são qualidades inerentes. O design redondo e “descolado” está ao redor do chassi de aço em “treliça”. O tanque em formato de gota leva 13,5 litros e tem painéis laterais de alumínio escovado. Os freios ABS são da Brembo e os pneus Pirelli MT 60 RS foram exclusivamente desenvolvidos para a Scrambler. Aliás, os pneus de uso misto, além de bonitos, aderem muito bem à terra e garantem uma boa pilotagem na estrada. Era de se esperar um grande ruído devido ao seu desenho “borrachudo”, mas que nada, é silencioso e garante uma boa frenagem.
As rodas dual sport são em liga leve, sendo aro 18 na dianteira e 17 na traseira. A suspensão dianteira é invertida de 41 milímetros (mm) de diâmetro com 150mm de curso e a traseira com monoamortecedor Kaiaba com ajuste de pré-carga. Não é uma suspensão “mole”, mas garante firmeza na estrada e em curvas acentuadas.
Modernidade
Alguns ares de modernidade são notados no clássico painel redondo posicionado mais à direita do guidão, mas totalmente digital em LCD, e no globo de LEDs que circunda o farol, iluminação que também recheia a lanterna traseira. Sob o banco tem uma entrada USB. E só. Como toda clássica, ela não tem indicador do nível de combustível no painel, somente uma luz indicadora de que entrou na reserva.
O motor possui tampas de alumínio usinadas, incluindo as da embreagem e alternador. Os dois protetores de correia também são feitos de alumínio e foram, de maneira semelhante, usinados para aperfeiçoar a estética.
O escapamento com silenciador em alumínio foi projetado especialmente para a Scrambler. A ponteira de escape curtinha emite um ronco esportivo e vem com uma placa protetora de calor também em alumínio para maior segurança do piloto.
A Scrambler é leve e ágil na cidade. A altura de 790mm do banco garante posição de pilotagem confortável também para os baixinhos. Além do estilo diferenciado, a Icon anda bem em qualquer terreno. Na estrada ela vai firme e forte, e na terra se comporta muito bem, jogando pedras para trás e mantendo seu curso sem a menor dificuldade. Sua vocação é o asfalto e desfilar seu estilo retrô-chique pelos pontos mais badalados da cidade, mas ela encara bem aquela estrada de terra no fim de semana para quem gosta de contato com a natureza.
Visão geral e características da Scrambler – Icon
- Cor: amarelo ‘62 com quadro preto e assento preto
- Tanque de aço em formato de gota com painéis laterais em alumínio intercambiável
- Banco baixo (790 mm) para uma perfeita maneabilidade
- Leveza (170 kg peso seco) e baixo centro de gravidade
- Amplo guidão para uma posição de pilotagem confortável
- Farol redondo com anel de LED ultramoderna
- Lanterna traseira com tecnologia de LED para uma iluminação expandida e evolvente
- Painel de Instrumentos de LCD
- Motor L-twin resfriado a ar de 803 cm³
- Protetores da correia de alumínio usinados
- Quadro de aço tubular Treliça duplo
- Braço oscilante traseiro em alumínio fundido
- Roda com 10 raios em liga leve, 18” dianteira e 17” traseira
- Pneus Pirelli Dual Sport projetados para a Scrambler
- Freio a disco nas rodas dianteira e traseiras com ABS de série
- Compartimento embaixo do banco com entrada USB
Postar um comentário
Seja bem-vindo ao Resenha de Motos. Deixe sua opinião, recado, bronca, dicas...